Etica - platão

As leis e as normas instituídas servem para estabelecer certo nível de ordem nas sociedades e orientar as ações dos indivíduos que as constituem, para que se possa atingir uma situação vista, no geral, como equilibrada. Atrelado ao conceito de lei vem o conceito de justiça – de modo geral associado à equidade, cumprimento das leis, legitimidade, garantia de direitos- sendo discutida no livro “A República” de Platão. Trasímaco, a vê como a conveniência do mais forte: o governante determina leis, de acordo com seus interesses, que precisam ser cumpridas, sendo o justo, a obediência dos “mais fracos” a essas determinações; os transgressores, que violarem essa lei são passíveis de punição, pois estão sendo injustos. Platão, através de uma dialética, tenta refutar essa ideia, sendo para ele justiça uma espécie de virtude, que precisa ser defendida não visando interesses pessoais, mas para uma realização interna, buscando “deixar em paz” a alma, sendo ainda algo que se faz de acordo com as competências, que se faz de melhor; como se as leis e ordens fossem uma extensão dos valores (“quem tem uma alma má governa e dirije mal, e, quem tem uma boa, faça tudo isso bem, a justiça é uma virtude da alma, e a injustiça um defeito”).
O cumprimento das leis é algo que temos intrinsicamente como um dever, mas em alguns casos, por uma justificativa moral, as ordens são desobedecidas (a chamada desobediência civil), ela se dá quando o dever moral é maior que o político ou funcional, quando as leis que deveriam ser obedecidas são consideradas em algum nível, injustas; – “ A obediência as leis seria em suma, prescrita por uma lei moral, ou se quiser, política, de forma condicionada à sua coerência com outras normas morais de valor superior” (Ferrajoli com base em Norberto Bobbio)*. No caso da questão, um soldado que desobedece a ordem de atirar contra uma manifestação pacífica contra o governo é um exemplo; a ordem foi dada e o dever do soldado deve ser cumprido, mas aquela ação se