Estudante

Análise do conto:
Gringuinho, Samuel Rawet.

No conto de Samuel Rawet, o Gringuinho, é contada a história de um menino judeu, que sofre com o doloroso apelido dado pelo fato de ser um imigrante, este é o mate deste conto, que narra o episódio na escola em que o personagem desfere um soco na professora, ao ser humilhado por ela e pelos colegas inúmeras vezes em sua condição de estrangeiro.
No conto são encontradas duas histórias, as lembranças de Gringuinho (história 1), e o episódio de Gringuinho na escola (história 2).
Na história um Gringuinho esta percorrendo o caminho de sua casa, chorando, e se lembrando de suas aventuras ao redor: “... a mangueira no terreno baldio onde caçavam gafanhotos, ou jogavam bola...”.
Na história dois, Gringuinho sofre com o apelido citado por cinco vezes, pela professora e pelos colegas em consequência a sua condição marginal, ao desejo deles de crucificá-lo, Gringuinho responde com uma atitude de contestação, dando um soco na professora.
Os contos de Rawet se propõe a difícil tarefa de dizer o silêncio dos personagens, como na passagem de Gringuinho: “A entrada do quarto surpreendeu o bláblá de caçula que, olhos no teto, tocava uma harpa invisível. Era lhe estranha a sala, quase estranhos, apesar de meses, os companheiros. Os olhos no quadro negro espremiam-se como se auxiliasse a audição perturbada pela língua”. Isso porque para Rawet, a linguagem, em toda sua capacidade de expressão, só é possível através do erro e experiências de vida, não no acumulo de saberes erudito ou através da conservação de tradições que esmagam as possibilidades individuais.
No conto, a mãe não enxerga seu filho, e Gringuinho um personagem isolado e incomunicável, um menino ao que dá-se a entender pelo passagem ser judeu: “... saiu de boné com o pai em direção a sinagoga”.
Lendo o texto e interpretando foi impossível não deparar com a quantidade de pausas, marcadas com pontos finais e parágrafos que nos conduz a respirar, parar, pensar, refletir