Estudante

CAPÍTULO 1
ANIMAIS DE RUA

INTRODUÇÃO, COMO TUDO COMEÇOU:
Animais de companhia (conceito restrito a cães e gatos, devido aos propósitos deste manual) são comuns em todo o mundo e em muitos países são valorizados pelo efeito positivo à saúde física e mental de seus guardiães humanos. Animais de companhia são também usados para trabalho – por exemplo: para caçar, rebanhar, resgatar, como terapia e guarda.
Cães e seres humanos se relacionam há, no mínimo, 14 mil anos, desde o ancestral do cão doméstico, o lobo. A oportunidade de conseguir alimento a partir de restos de comida ofertados pelos homens trouxe o lobo para mais perto dos acampamentos humanos, onde podem ter servido como eficiente sistema de alarme. A partir daí, tornaram-se parceiros de caça e animais de companhia. Assim teve início a domesticação dos cães, o que implicou em mudanças significativas em seu comportamento e atributos físicos ao longo de muitos milhares de anos de criação seletiva.
O gato foi domesticado pelo homem há apenas 6 mil anos, primariamente devido ao seu desempenho no controle de roedores. Muitos gatos ainda exercem essa função, mas seu papel de animal de companhia também é bastante difundindo. Sua criação, no entanto, foi muito menos controlada pelos humanos. Assim, o gato de companhia de hoje ainda é muito parecido com seu ancestral, o gato selvagem africano.
Infelizmente, estima-se que cerca de 80% dos cerca de 600 milhões de cães no mundo esteja nas ruas, porcentagem também estimada para gatos. Os problemas resultantes dessa população na rua são significativos, entre eles a disseminação da raiva e ferimentos resultantes de mordidas. Há também sérios comprometimentos do bem-estar dos animais envolvendo: fome, frio, doenças e medo gerado por interações agressivas com seres humanos e outros animais.
Por essas razões – e também porque os animais nas ruas têm muita visibilidade –, essas populações são fonte de preocupação tanto para os governos quanto para os grupos