estudante

Após a queda do regime de Mussolini, os italianos batalham por sobrevivência. O Neorrealismo italiano se porta como representação cultural de uma Itália destroçada pela Segunda Guerra Mundial e pelo Fascismo, que trouxeram a instabilidade econômica, social e psicológica para a população. Era inviável a uma sociedade em crise, desempregada e politicamente desintegrada, manter- se nas ilusões apresentadas pelo cinema fascista. Exatamente por causa do conflito vivenciado naquele momento, o Neorrealismo surge como um estilo antagônico ao cinema em vigor, tanto esteticamente quanto tecnicamente. Obsessão (Ossessione, 1943), de Luchino Visconti, é o marco inicial. O movimento cultural do Neorrealismo italiano capta um mundo em ruínas e inventa um novo cinema. Os cineastas neorrealistas afirmavam que a poética cinematográfica estava no cotidiano, e que os filmes deveriam apresentar a realidade como tal sem intervenções- sendo um paradoxo, já que as obras cinematográficas transmitem sempre uma ideologia, pois o mais simples posicionamento de câmera exibe um olhar condicionado. O cinema deveria também revelar as mazelas dessa realidade e compelir o espectador a pensar nas questões sociais e políticas de sua época. A estética neorrealista é a do documentário. A autenticidade na representação do cotidiano da classe desfavorecida italiana era prezada. Os roteiros ficcionais das obras neorrealistas nada mais eram que documentários da Itália apresentados sob a ótica de uma situação factível que qualquer cidadão italiano era passível de enfrentar. Além das categorias fabricadas, o Neorrealismo liberou os cineastas de filmes construídos exclusivamente sobre os ditames econômicos do 'star system', com o uso de atores não profissionais em prol da fidedignidade, e corroborou com as filmagens em locações, evitando estúdios e cenários construídos. Enquanto o cinema clássico necessitava de quatro planos para relatar uma simples ação, Roberto Rossellini, figura central da