Estudante

Família, Infância e Juventude:
Desigualdade social e geracional no contexto das políticas sociais
Simone Ritta dos Santos
Assistente Social e Professora
Fronteiras e conecções entre família, infância e juventude
O presente artigo pretende problematizar algumas questões sobre o processo de intervenção junto às famílias pobres em decorrência da vulnerabilidade ou riscos sociais das suas crianças e jovens.
Como pensar a intervenção sobre a realidade social, considerando a complexidade das noções que se encontram em disputa. O que se compreende é que os conflitos decorrentes da intervenção geram distâncias muitas vezes intransponíveis para o estabelecimento de um diálogo com a diferença.
A compreensão da família e da infância e juventude em nossa sociedade contemporânea são parte desse "problema". Tomados em uma essencialidade quase "natural" sobre seus significados e sentidos de forma homogêna nos diferentes contextos sociais da nossa sociedade.
A proposta de "desconstrução" de noções é fundamental, pois pode contribuir para a compreensão de sua construção histórica, social e cultural. As diferentes compreensões sobre as noções de família, infancia e juventude nos resituam sobre sua historicidade, ao mesmo tempo, que sua "naturalidade" passa a ser questionada.
Assim, se por um lado existe um certo consenso de que as famílias necessitam de atenção social, no sentido de oferecer-lhes mecanismos sociais que contribuam no processo de socialização dos seus filhos, de outro, também é consenso que as ações de cuidado que as envolvem colocam em questão diferenças nas suas relações com a sociedade, o Estado, o trabalho e o mercado. Nesse sentido, a construção de políticas de proteção integral à família e a infância devem levar em consideração diferenças cruciais na sua própria constituicão.
Mioto (2000) ao abordar o tema adverte para o fato de que:
"(...) não parece possível tratar a questão dos cuidados a famílias e segmentos sociais vulneráveis atrelando-se à