Estamira

A ti, Estamira!

Tomei conhecimento de ti através de minha professora de psicanálise, Eliane Diógenes, quando nos convidou para assistir um documentário feito por Marcos Prado.
No dia cheguei cedo, para pegar um lugar para mim e pra minha colega e és que a professora chega e diz que o documentário era sobre ESTAMIRA.
Nome estranho e intrigante, foi o meu primeiro pensamento e a professora ainda balançou a cabeça, de forma afirmativa, dizendo que não seremos mais os mesmos depois de conhecermos ESTAMIRA.
E o filme começa. Meia que surpresa, pois se passa na mais profunda pobreza. E tu surges, ESTAMIRA, com uma voz forte, potente, cheia de força e personalidade. Quem és tu?
Aos poucos, tu te apresentas e tua fala inicial prende minha atenção e meu coração. Num dado momento tu gritas: Todo mundo precisa de ESTAMIRA! .... e que aos poucos vai tomando forma e se concretiza. “Eu estou em todo lugar!” ... e é real.
ESTAMIRA é a voz que grita no deserto do lixo e do descuido. Está presente no nosso lado obscuro, que implode ao ouvir seu grito, seu “trocadilho”, “o-sabido-ao-contrário”, do “almodiçoado”.
Nos momentos de “lucidez” versa uma filosofia, uma ciência, o real que é natural. Onde estávamos que não percebemos, ESTAMIRA?
Tu, ESTAMIRA, está lá, guardada no inconsciente, na manifestação de nossas pulsões, expurgando toda a verdade da vida, do que está debaixo e dentro do lixo do nosso ser.
Desnuda o que está dentro de nós, descortinando a vida como ela é.
Mas... surge o cansaço, o desânimo, a desesperança e o “corpo coberto de veia e carne” busca uma forma de manter o equilíbrio neste mundo, que ainda vive e a psicose toma forma.
Trazes o peso da herança familiar, o peso dos desafetos, do desrespeito de si, contudo há uma força que luta... “tarda, mais não falha”.
A fé existe em ti, de forma distorcida - distorcida pra quem ? pra mim... pra o não psicótico... Dentro de ti não há distorção. É a verdade, a tua verdade, que fora construída com tuas