Escritos sobre a educação

CAPÍTULO 01 – A ESCOLA CONSERVADORA: AS DESIGUALDADES FRENTE À ESCOLA E À CULTURA.

* Bourdieu faz uma crítica ao processo seletivo que ocorre no decorrer da escolaridade.
É provável por um efeito de inércia cultural que continuamos tomando o sistema escolar como um fator de mobilidade social, segundo a ideologia da “escola libertadora”, quando, ao contrário tudo tende a mostrar que ele é um dos fatores mais eficazes de conservação soccial, pois fornece a aparência de legitimidade às desigualdades sociais, e sanciona a herança cultural e o dom social tratado como um dom natural.(pg 41)
Um jovem da camada superior tem oitenta vezes mais chances de entrar na Universidade que o filho de um assalariado agrícola e quarenta vezes mais que um filho de operário, e suas chances são, ainda, duas vezes superiores àquelas de um jovem de classe média.
* Mecanismos pelos quais isso acontece – cada família transmite um certo capital cultural ( linguagem, repertório cultural)
A herança cultural, que difere, sob dois aspectos, segundo as classes sociais, é responsável pela diferença inicial das crianças diante da experiência escolar e consequentemente, pelas taxas de êxito.(pg42)
* Isso não quer dizer que a população de baixa renda não tenha cultura, mas que não tem o repertório que a classe dominante ( e dona dos meios de produção) espera .
Diferenças sutis ligadas às antiguidades do acesso a cultura continuam a separar indivíduos aparentemente iguais ao êxito social e mesmo ao êxito escolar. A nobreza cultural também tem seus graus de descendências.
O privilégio cultural torna-se patente quando se trata da familiaridade com obras de arte, a qual só pode advir da freqüência regular ao teatro, ao museu, ou a concertos.
* A arte passa a funcionar como legitimadora da ordem social.
* As escolas nivelam os estudantes pela mediocridade, impedindo que esses fatores apontados mudem.
De todos os obstáculos culturais, aqueles que se relacionam com a língua falada no meio