Os novos modos de produção, condicionados por sucessivas mutações (demográficas, económicas, tecnológicas, de organização social) vieram tornar cada vez mais interdependentes:
as condições de execução do trabalho;
e a condição do trabalhador.
Assim, a vocação da Ergonomia evoluiu e ao longo das últimas cinco décadas tem sido objecto de reflexão e de debate.
Até aos anos 70, aintervenção ergonómica centrava-se sobre o trabalho penoso, o trabalho nocivo, características da maioria das situações industriais.
A partir da década de 70, com a evolução tecnológica e, consequentemente, das condições de trabalho, tem-se vindo a observar uma profunda alteração das exigências do trabalho.
Este período (a partir dos anos 70), pode considerar-se marcado essencialmente por trêstipos de evolução:
* uma evolução técnica;
* uma evolução da organização do trabalho;
* uma evolução do pessoal.
A evolução técnica é caracterizada:
* pela maior eficiência das máquinas,
* pela miniaturização de certos produtos;
* por uma informatização cada vez mais difundida;
* por uma automatização.
Estes aspectos estão cada vez mais presentes emcertos ramos da indústria, mas também, em muitos outros sectores de actividade.
Quanto à evolução da organização do trabalho podemos dizer que ela se verificou essencialmente a partir de:
* novas modalidades de repartição de tarefas, criando exigências notáveis devido ao carácter parcelar destas e á frequente sujeição a ritmos de funcionamento técnico.
No que respeita à evolução dopessoal, pode dizer-se que foi essencialmente marcada:
* pelo prolongamento da escolaridade;
* pela formação técnica e profissional;
o que conduziu naturalmente
* a diferentes expectativas em relação ao trabalho;
* e a uma inadequação dos modelos de gestão tradicionais.
Sintetizando, pode dizer-se que este desenvolvimento provocou, inevitavelmente, uma alteração napaisagem laboral, verificando-se:
* Uma imposição da mecanização, desencadeando novos agentes agressores frequentemente presentes nos locais de trabalho.
* Uma progressiva abolição do trabalho físico dinâmico (através das ajudas mecânicas, o que acarretou, em certa medida, uma degradação biológica do Homem).
* Uma implementação de um trabalho estático, prolongado, utilizandopequenos grupos musculares, geralmente numa posição fixa, com um ritmo de trabalho intenso e requerendo, por vezes, um elevado grau de precisão.
Assim, estas alterações da natureza do trabalho vieram provocar um número de problemas de ordem vária, que têm vindo a aumentar com implicações para o indivíduo, na sua vida profissional e social, assim como no sistema produtivo.
A nível dos operadoresestas consequências reflectem-se, normalmente, no seu estado de saúde, não só no que respeita às já consideradas doenças profissionais, mas a tantas outras identificadas com a situação de trabalho.
A nível do sistema produtivo, estas consequências podem ser objectivadas:
* pelo aumento do absentismo;
* pelo aumento do número de acidentes;
* pela necessidade de recolocaçãoprofissional;
e, consequentemente,
* Pela diminuição da produtividade, do ponto de vista qualitativo e quantitativo.
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* Ergonomia – Conceitos Gerais
O termo Ergonomia, deriva do grego,' "ERGON", que significa Trabalho e "NOMOS" que significa Leis ou Regras, atribuindo-se a sua denominação a MURREL, um Engenheiro inglês, no ano de 1949.
De facto, a Ergonomia procuraoptimizar as condições de trabalho, segundo critérios de eficiência, conforto e segurança.
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Evolução histórica da Ergonomia
A Ergonomia como disciplina, teve as suas origens na Segunda Guerra Mundial, mais propriamente em 1949, quando falharam as formas tradicionais de resolução do conflito entre homens e máquinas - a selecção e o treino.
Foi nessa época, que se evidenciam...