Envelhecimento Cognitivo
ENVELHECIMENTO COGNITIVO
Anita Liberalesso Neri
Marina Liberalesso Neri
Existe consenso entre os pesquisadores da cognição de que o envelhecimento acarreta um declínio normal que pode apresentar-se desde os anos da meia-idade e que se torna mais comum depois dos 70 anos. Sabe-se, também, que existe forte variabilidade inter-individual e intra-individual em relação aos domínios da cognição que declinam, ao ritmo desse declínio e ao produto do processo de declínio no envelhecimento. É igualmente consensual a noção de que o envelhecimento cognitivo normal é influenciado por processos de natureza genético-biológica e de natureza sociocultural. Os processos genético-biológicos determinam declínios no funcionamento sensorial e diminuição na velocidade de processamento da informação, ambos associados a alterações neurológicas típicas do envelhecimento. Os segundos determinam o desenvolvimento e a manutenção das capacidades dependentes da experiência, que podem ter uma ação compensatória em relação às perdas decorrentes do envelhecimento biológico (Baltes, 1993, 1997).
As habilidades dependentes da ação da cultura são aquelas que se mantém mais estáveis. Por sua vez, as habilidades que dependem pouco de conhecimentos adquiridos e que estão envolvidas em tarefas que exigem formação e reconhecimento de conceitos, compreensão de implicações e realização de inferências tendem a declinar de forma diretamente proporcional ao avanço da idade. No Quadro 1 são resumidos os efeitos do envelhecimento sobre as principais funções cognitivas.
Quadro 1
O modelo psicométrico é o enfoque dominante no estudo do desenvolvimento intelectual ao longo da vida, há mais de um século, quando começou o estudo cientifico da inteligência.. Com base em teorias e em medidas da inteligência que a