Ensino de jovens e adultos
Abordaremos, a partir de agora, mesmo que de forma breve, algumas entre as experiências de Educação de Jovens e Adultos mais expressivas ocorridas no Brasil pré-1964, vinculadas à primeira concepção acima citada, as que tinham em seus horizontes políticos e sociais o incremento da educação e da cultura popular e a ampliação da participação das massas no processo político.
Em 1960 foi criado o Movimento de Cultura Popular (MCP), organizado, primeiramente, em conjunto com a Prefeitura Municipal do Recife, e, posteriormente, estendido a várias outras cidades do interior de Pernambuco. Destaca-se, na proposta ações no campo do teatro, atividades culturais realizadas nas praças públicas, além de escolas para crianças e adultos. A educação era concebida como proporcionadora das condições intelectuais para um maior esclarecimento dos trabalhadores; assim, o acesso à leitura e à escrita oportunizariam a ampliação do entendimento político das classes populares em função de um engajamento voltado para a transformação social.
Em 1961 surgiu o Movimento de Educação de Base (MEB), sob a liderança da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), também responsável pela sua articulação, o qual tinha suas origens em duas experiências de educação radiofônica, empreendidas pelo episcopado no Nordeste brasileiro. O governo federal passou a patrociná-lo[19], oferecendo recursos para a criação de uma educação de base, a ser veiculada