Ensiao sobre o artigo "Choosing a future for epidemiology: I. Eras and paradigms", de Susser e Susser

1010 palavras 5 páginas
Tema 1

O artigo Choosing a future for epidemiology: I. Eras and paradigms, de Susser e Susser,1 discute o futuro da epidemiologia, a partir do passado dessa ciência. A intenção dos autores é levantar argumentos históricos que refutem a necessidade de evolução da epidemiologia moderna – agora com ênfase também no aspecto social. Para isso, foram discutidas as três grandes eras da epidemiologia, segundo seus paradigmas dominantes. Essa discussão é consonante à da Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS tem questionado há algum tempo a compreensão do processo saúde-doença e, por fim, definiu saúde como um estado de bem-estar físico, mental e social.2 Essa definição atribui responsabilidades a níveis micro e macro sistêmicos, o que demanda novas diretrizes para comportamentos isolados e medidas estatais condizentes com a necessidade da população, com mais ou menos impactos.3 Entre os séculos XVI e XVII, enquanto a maior parte das ciências busca suas teorias próprias para os fenômenos existentes, de forma cada vez mais específica, a epidemiologia manteve-se atrelada a outras áreas do conhecimento, como a saúde pública. Posteriormente, no século XIX, esse tipo de aliança ainda foi perpetuado junto ao sanitarismo.1 É fato que, com o advento do estado moderno, a concentração economia passou a ser desejada e o Estado deveria proporcionar meio e recursos para isso. Como consequência, a saúde foi interpretada como um desses elementos necessários para a construção do novo Estado. Com a descoberta da forma de transmissão das doenças, a saúde pública e, consequentemente, a epidemiologia se veem limitadas à “medicina social”. Consequentemente, a epidemiologia é encarada como uma ferramenta, um suporte para as demais áreas que realmente caracterizarão a modernidade.4
Essa relação entre a epidemiologia e o Estado/sociedade, de acordo com seu momento histórico, pode ser dividida em três grandes eras.1 A primeira delas, a estatística sanitária, atribuía à teoria dos

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