Elites políticas e construção do estado

Allef Loureiro
Brasil II
Resenha: Cap. 1; Elites políticas e construção do Estado; José Maurício de Carvalho
O autor aponta para possibilidades mais abrangentes do que uma visão ampla estabelecida até agora pelos estudos recentes sobre a problemática do surgimento e da atuação das elites. Segundo ele, o questionamento se limita geralmente a uma literatura de “quem governa”, restringindo o debate “a natureza do próprio governo e o sentido da ação da elite”.
A análise de Pareto em relação às elites é de que existe uma alternância motivadora entre coerção e persuasão. Essa relação de força-persuasão contradiz a dicotomia existente entre rentistas-especuladores. Para José Murilo, esse paralelismo não só exclui da análise os países socialistas como também seria de pouco aplicabilidade, uma vez que em qualquer economia capitalista moderna seria difícil dizer se existem mais especuladores (empreendedoras) ou rentistas (acomodadas). Nesse caso, Pareto deixa de lado outras dimensões importantes de análise dos grupos políticos e esquece a categoria residual em que tanto a força como a persuasão são usadas simultaneamente. Para Mosca, o perfil das forças sociais produz automaticamente, pelo menos a médio prazo, perfil semelhante na classe política. Quando o predomínio social da força acontecesse, nesse caso, o governo se transformaria em um governo constituído por guerreiros, de riqueza, um governo de plutocratas, da religião, etc. Haveria obviamente uma relutância das elites no poder para abrir espaço para as novas elites, o que resultaria conflitos por períodos pequenos. O que Mosca deixa de analisar é a influência que a classe política poderia ter em sua formação e também para a formação de estruturas políticas como o Estado. Em termos históricos, as elites europeias indicam claramente a causação e constituição do processo de formação do que entendemos por Estado moderno. Ou seja, as elites políticas constituíram-se a partir de um longo processo de tensões e