Efeitos geográficos imperiais

A queda do Império austro-hungaro

1. Efeitos geográficos

1.1. Reconfiguração geográfica: novos Estados O Império Austro-Húngaro é dissolvido oficialmente no dia … de … de 1919, apesar da desagregação se verificar na prática alguns meses antes, pelas sucessivas proclamações de independência de regiões do Império que agora reivindicam para si o estatuto de nações independentes. Esta dissolução assumiu em termos geográficos uma importância fulcral no desfecho da Primeira Guerra Mundial, uma vez que o território do Império Austro-Húngaro deu origem a territórios de sete diferentes estados: Áustria, Hungria, Checoslováquia, Itália, Roménia, Polónia e Jugoslávia. Aquilo que era um território que se estendia desde a fronteira suíça até à região do Banato romeno e desde Praga até perto da fronteira albanesa (figura 1), possuindo cerca de 53 milhões de pessoas em 1918, passa a ser uma zona profundamente fragmentada onde os territórios da Áustria e da Hungria, agora separadas, são os mais pequenos entre todos os referenciados. Para além de todas as consequências geopolíticas e de relações internacionais que esta situação gerou, muitos outros efeitos tiveram lugar: a nível cultural, através da construção de um nacionalismo assente em manifestações culturais antigas e simbólicas bem como na língua, a nível de organização político-administrativa, fruto da passagem de um Império de dimensões consideráveis para pequenas unidades territoriais, a nível religioso, através de um maior fervor religioso em alguns novos países como forma de diferenciação, e ainda a nível económico, devido às enormes assimetrias sócio-económicas entre as diversas regiões do Império.

1.1.1. Novos estados após o fim da Guerra As fronteiras dos novos Estados foram apenas definitivamente definidas com o Tratado de Versalhes, em 1919, no seguimento do armistício de 1918 e dos sucessivos Tratados assinados com os vencidos. Daqui se retira desde logo a importância decisiva que as aspirações