Economia e gestão das cidades

ECONOMIA E GESTÃO DAS CIDADES *Luis Filipe Vellozo de Sá

Esse ano teremos eleições municipais e a agenda para o sucesso das nossas cidades coincide, em muitas dimensões, com a própria agenda do desenvolvimento do país. A agenda das cidades do Brasil é formada, basicamente, por problemas de dois tipos: aqueles que dependem basicamente um gestão pública municipal eficiente e de qualidade, capaz de formular e implementar políticas públicas eficientes no nível municipal; e aqueles onde o município depende de ações dos governos estaduais e federal.
No entanto, as questões estruturais que transcendem o espaço municipal não podem servir de desculpa para gestões municipais ruins. Nenhum município está condenado ao fracasso Se bem governados podem sim realizar muita coisa.
Para a maioria dos municípios no Brasil, a grande questão que se coloca é a de como incrementar a economia local. Esses possuem pouca atividade econômica, com predominância da agricultura artesanal e baixíssima receita própria, quase toda comprometida com o custeio da máquina pública municipal e com efeito nenhuma capacidade de investimento próprio.
Para os municípios que possuem maior dinamismo econômico (cerca de 1.200) e geram a maior parte da produção industrial brasileira e oferta de serviços, o ativismo do poder público municipal pode fazer muita diferença.
É possível fazer uma política de desenvolvimento econômico local usando a estratégia de reconhecer e valorizar a história da cidade e suas principais centralidades, sua identidade e vocações. Compreender que o desenvolvimento da cidade depende de sua efetiva afirmação como pólo científico, tecnológico, cultural ou serviços, entre outros.
Em plena era do conhecimento, não se pode abrir mão de formular políticas públicas que valorizem e estimulem a chamada economia criativa (capital intelectual e conhecimento se transformando em geração de trabalho e renda).
Bons governos precisam de boa técnica combinada com boa política.