Ecologismo dos Pobres e a Justiça Ambiental

Ecologismo dos Pobres e Justiça Ambiental

Relacionarei dois trechos do livro “O Ecologismo dos Pobres”,escrito por Joan Martínez Alier. O livro, como um todo, é uma investigação entre a ecologia política e a economia ecológica e contribui profundamente com debates sobre meio ambiente política e economia. Além disso, através de um estudo empírico, traça um panorama do aumento das tensões pelo acesso a recursos naturais e da relação entre o progresso econômico e o uso do meio ambiente.
O primeiro texto, o qual uma das pessoas que apresentou fui eu, fala sobre o cultivo de camarões (carcinicultura), os métodos de cultivo e suas implicações ambientais e sociais, o que abre espaço para a justiça ambiental, que é o tema que relaciona as partes.
O camarão é obtido de duas formas diferentes, pela pesca no mar (o que pode causar morte de tartarugas) ou pode ser cultivado em tanques ou piscinas nas áreas costeiras tropicais (aquicultura). Essa técnica vem crescendo proporcionalmente à demanda e valor do camarão mundialmente. Para isso, usualmente, os manguezais são desmatados para dar lugar às piscinas de carcinicultura, também chamada de cercamentos.
Os cercamentos são assim chamados para fazer alusão aos cercamentos da Inglaterra, quando a terra passou a ser considerada um bem de produção, fazendo com que as terras fossem cercadas e os camponeses fossem expulsos das mesmas.
A população que habita esse ecossistema é pobre e vive de modo sustentável coletando, consumindo e vendendo caranguejos, outros animais e até a madeira que é utilizada para construção e para produção de carvão. Os mangues, que, geralmente, são terras públicas por estarem localizados nas zonas da marés, são invadidos pelos camaroneiros ou até mesmo se tornam terras privadas com concessão dos governos locais. Isso ocorre apesar de leis ambientais e de decisões judiciais que protegem, especificamente os manguezais, que são ecossistemas valiosos tanto na questão