divida publica

Dívida pública e crescimento sustentado
Não há saídas mágicas para o problema da dívida. É preciso esforço persistente no sentido correto. Houve progressos significativos no desempenho da política fiscal desde o final de 1998, o que foi decisivo para que não tivéssemos seguido o caminho da Argentina, dando o calote na dívida pública. Infelizmente, a nova postura fiscal não foi ainda suficiente para eliminar as dúvidas quanto à sustentabilidade da dívida pública.
O temor quanto a um possível calote da dívida pública é um dos fatores que mantêm o juro muito elevado, prejudicando simultaneamente a situação fiscal do governo e o crescimento do país. Os elevados pagamentos de juros pelo governo dificultam a execução de políticas sociais mais ambiciosas e impedem a redução da elevada carga tributária que onera a produção, o investimento e a geração de empregos.
Os pagamentos de juros pelo governo constituem enormes transferências de recursos de toda a população (contribuintes) para os mais ricos, que detêm o grosso das aplicações em títulos públicos. Portanto, juros elevados têm um importante papel na manutenção de nossa iníqua distribuição de renda e riqueza.
O desafio é transformar o atual círculo vicioso dívida alta / juro alto em um círculo virtuoso no qual a razão dívida/PIB cadente é acompanhada por juro real também em queda, assim suportando o crescimento sustentado. Como chegar lá?
Recentemente, voltou à baila o canto da sereia do calote da dívida. Segundo os defensores desse ponto de vista, o calote imediato da dívida pública seria a melhor política. Ao diminuir a razão dívida/PIB para níveis significativamente mais baixos, o calote permitiria reduzir bastante a taxa de juros, o que por sua vez aliviaria a política fiscal. Tudo perfeito, faltando só, no dizer simplório do velho Mané Garrincha, combinar com os russos!
Neste ponto, os defensores do calote dividem-se em dois grupos. Os otimistas acham que os mercados