Ditadura
Apesar de a maioria das pessoas chamarem o que aconteceu entre os dias 31 de março e 1º de abril de 1964 de golpe, há quem o chame de “revolução”, forma usada pelos generais na época. “Há também o termo ‘contrarrevolução’ ou ‘contragolpe’, pois havia quem temesse que a esquerda estivesse preparando um golpe também – e, além da denúncia da oposição de que o presidente João Goulart preparava um suposto golpe comunista, coisa nunca comprovada, há correntes esquerdistas independentes que afirmavam estarem prontas para tomar o poder por considerar o governo burguês e liberal”, diz o professor Célio. “É difícil saber o que é retórica e o que é fato em todos os planos e discursos políticos, até porque os fatos são muito marcados por memórias de quem viveu no período”, completa. Segundo ele, saber que a diferença de termo usado pode refletir um posicionamento político é importante, especialmente para quem vai prestar vestibular para Humanas.
>> Situação econômica
Entre 1968 e 1973 ocorre o milagre econômico, quando o Brasil passa por um enorme crescimento econômico. Também nessa época, são construídos projetos faraônicos como a rodovia Transamazônica, a ponte Rio-Niterói, a usina hidrelétrica de Itaipu e o programa nuclear de Angra dos Reis. Por outro lado, isso tudo ocorreu à custa de empréstimos no exterior, o que elevou a dívida externa e a tornou impossível de pagar. “Mas esse crescimento não foi caracterizado por distribuição de renda. O Ministro da Fazenda na época, Delfim Netto, dizia que era preciso primeiro fazer o bolo crescer para depois dividir e de fato poucos podiam comer esse bolo. A situação foi ruim em termos mais amplos, com arrocho salarial (ou seja, os reajustes do salário não acompanhavam a inflação) e consequente perda do poder aquisitivo da população que vivia com salário mínimo”, explica Célio, lembrando uma frase do presidente João Baptista Figueiredo (1979 a 1985), que disse, quando lhe perguntaram o que