discurso!
“Tudo no mundo começou com um sim”... É com esta frase aparentemente simples, porém riquíssima de significados, que Clarice Lispector principia um dos mais intrigantes romances da literatura brasileira: A hora da estrela, de 1977. E o que seria, de fato, um sim? Ora − dirão os professores −, a resposta é óbvia: um sim é uma afirmação direcionada a uma pergunta feita por alguém − nada mais. No entanto, há nesta palavra um significado maior, na verdade implícito, que vai muito além do que se é interpretado pela maioria das pessoas. No nosso caso, alunos concluintes do ano de 2014, o nosso sim foi pronunciado no início de 2011, quando aceitamos, por livre-arbítrio e apoio inclusive de muitos presentes, dar início aos cursos aqui representados. Quando o fizemos, ao mesmo tempo em que dissemos sim a nós mesmos, aceitamos de bom grado um desafio o qual sabíamos que nos iria marcar pelo resto da vida. E, como considerável desafio que a licenciatura nos foi, ao longo do caminho nos impôs regras, alterações e contratempos que nos levaram, vez por outra, a pensar em interromper temporariamente a caminhada − e até, em determinados momentos, parar em definitivo. Entretanto, se hoje aqui estamos, isto no mínimo significa que fomos determinados e seguimos em frente, a despeito das pedras no meio do caminho, como diria Drummond, ou de qualquer outro detalhe. Alguns colegas, digamos, ficaram para trás; resolveram trancar suas matrículas por motivos pessoais, impelidos por diversas razões e empecilhos. Seria maravilhoso tê-los aqui, junto de nós, compartilhando conosco este momento tão precioso e gratificante; mas, apesar disso, eles estarão sendo representados por todos aqueles que continuaram até o fim... É uma tarefa difícil avaliar o grau de importância que as ciências humanas e exatas tiveram (e ainda têm) no progresso da humanidade em geral. E o que há de mais impressionante nisso tudo é que cada uma destas ciências