direito

528 palavras 3 páginas
É antes de tudo uma história de superação, de mulheres heroínas: Rosa, Lúcia e Robertina, três mães de família que têm como único objetivo de vida prover a refeição seguinte dos filhos desnutridos. Um fio de vida sustentado por mamadeiras com açúcar dissolvido em água barrenta e quente, em substituição ao leite inexistente. Uma realidade crua, árida, cáustica, sem meias imagens, diferente de qualquer fome urbana, posto que sem esperança. Ao redor de cada ser humano ali retratado, há apenas o abandono.

Os personagens ganham vida e se movimentam em busca de um único objetivo: a sobrevivência. São pessoas sem sonhos ou qualquer ambição. Vivem entre porcos, moscas e piolhos, em casas sem pavimentação, sem água encanada, sem esgoto ou mesmo banheiros sanitários. Uma das personagens chega a admitir que defeca em sacos plásticos para em seguida os atirar no lixo da rua. O colchão desta mesma personagem não tem estrado, mas repousa sobre um formigueiro úmido e infestado de insetos. A certa altura, a coisa beira à bizarrice.

Quase chega a dialogar, numa associação mais radical, com documentários tipo Mondo Cane (Mundo Cão), produção italiana do início da década de 60. Uma coisa é certa: o diretor Padilha hora nenhuma buscou aliviar a realidade. Tudo no filme é brutal, de uma intimidade incômoda, frontal, desnuda, literalmente desnuda. São órgãos, perebas, feridas expostas e cáries horrendas em personagens infantis, fazendo assim o olho da câmera assumir uma estética quase sadiana. Segundo Padilha, durante o debate que seguiu à exibição do documentário, ele quis fazer um filme o mais simples possível, com o mínimo de alegorias e de informações que fossem além da história daquelas famílias, abordando a questão da fome no mundo a partir de uma perspectiva microscópica. Padilha disse ainda que o filme foi feito para que o público em geral possa ter uma idéia do impacto que a insegurança alimentar grave tem na vida das pessoas que estão nesta situação. A

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