direito

A retórica ou arte da expressão verbal tem uma longa história e, na forma como a entendemos e utilizamos hoje, é sem dúvida uma herança greco-latina. Apesar de existir uma “retórica natural” em todo ser humano, pelo atributo da linguagem articulada, a retórica como disciplina escolar, ensinada e aprendida desde a antiguidade, representa um conjunto de técnicas de pensamento e linguagem que visa organizar o discurso segundo um fim pretendido. Seu estudo aprofundado permitiu sistematizar e ordenar o patrimônio coletivo daquela expressividade natural presente em todo grupo comunicante.
Em termos mais tradicionais, o sentido da retórica envolve a prática ou aplicação de técnicas persuasivas em discursos dirigidos a certo público de ouvintes ou leitores. Porém, dentro das teorias lingüísticas do discurso, e diante dos aspectos estéticos da expressão humana e da complexidade da comunicação, a palavra “retórica” tem sido utilizada com outros sentidos não diretamente atrelados ao poder persuasivo de um orador diante de uma platéia. Há atualmente linhas de pesquisa, sobretudo nas artes e comunicação, ocupadas em estudar a retórica de obras de arte ou de gestos cênicos, de imagens publicitárias ou de músicas. Não tem sido difícil identificar possibilidades persuasivas nas mais diversas expressões linguísticas, porquanto os efeitos de certos domínios, intenções ou atitudes interfiram no estado dos sujeitos, a bem dizer, do público. A persuasão é o pano de fundo milenar da retórica e da oratória, e desde muito cedo, no mundo grego, tornou-se uma arte símbolo de poder e distinção. O estatuto da palavra entre os gregos demonstra bem a importância que o contexto sócio-político exerceu no desenvolvimento da arte retórica.
Os sistemas políticos e jurídicos surgidos na Antiguidade Clássica, em seus primeiros contornos democráticos, permitiram tanto a liberdade de expressão, incluindo as habilidades persuasivas, quanto o desenvolvimento dos raciocínios argumentativos,