Dilemas da moral iluminista
No século XVII foram criadas as condições para o surgimento do movimento iluminista no século seguinte. No campo da filosofia, Descartes e Espinosa destacaram-se na preparação do terreno para estes novos tempos.Baruch de Espinosa, nascido em 1632 na Holanda, ao afirmar que no Antigo Testamento não contém verdades, mas preceitos morais e políticos que visam a preservar a unidade e a dirigir o povo judaico através dos tempos, ele sofreu os efeitos da intolerância religiosa, acusado de ateu e excomungado pela sinagoga de Amsterdam.
Segundo Espinosa, todo estado autoritário tem origem na superstição, onde os chefes alimentam o terror das massas, o que coincide com o pensamento maçônico, onde o fanatismo político e religioso é tido como responsável pelas maiores desgraças vivenciadas pela humanidade.René Descartes, nascido em 1596, este filósofo e matemático francês dedicou grande parte da sua obra às questões relacionadas com a moralidade. Em sua obra "O Tratado das Paixões" deduz que é no livre-arbítrio que o homem poderá buscar a educação do intelecto, capaz de livra-lo do vício. Afirma que o erro moral é precedido pela falta de sabedoria. Para ele a utilidade da moral consiste em governar o desejo sobre o nosso modo de agir.
A ruptura desse filósofo francês com o pensamento eclesiástico, reside no fato de que o pensamento cristão tratava da virtude como uma preparação para a vida futura, ao passo que para ele o homem racional poderia alcançar a virtude pelo seu esforço de bem agir. Considerando que as obras dos principais filósofos do Iluminismo, entre os quais Voltaire, Rousseau, Montesquieu e Diderot, ainda não eram conhecidos naquela época, onde então aqueles freqüentadores da taberna buscavam inspiração filosófica e motivação para fundarem uma instituição maçônica da forma como é conhecida nos dias atuais?
Embora a aprovação da Constituição do reverendo James Anderson, em 24 de junho de 1717, tenha acontecido sessenta e sete