dialética

FICHAMENTO DE CONTEÚDO

KONDER, Leandro. O que é dialética. 25 ed. Brasiliense: São Paulo.

Leandro Konder inicia seu livro fazendo considerações a respeito das acepções antiga e moderna da dialética, desde o seu surgimento na Grécia Antiga como arte de dialogar, passando pela arte de argumentar fazendo uso da oratória, até assumir a forma como pensamos as contradições da realidade e a compreendemos como contraditória e em permanente transformação. Konder relata também o contexto em que se discutia a seu respeito, assim como suas utilizações equivocadas. O autor cita ainda alguns filósofos e suas contribuições, desde o radicalismo de Heráclito (aprox. 540-480 a.C.) até a amplitude de pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.), a quem o autor atribui boa parte da sobrevivência da dialética, ressalta seus momentos de derrota diante da metafísica e da sociedade feudal, atribuindo-os à ideologia dominante da época que era reflexo do modo de vida dos padres, responsáveis pela organização da sociedade no regime feudal.
A partir do século XIV ocorrem algumas mudanças que influenciam diretamente o modo de pensar e, consequentemente, o modo de vida da sociedade nos séculos seguintes. Konder cita Guilherme de Occam (aprox.. 1285-1349) como um exemplo dessas transformações, ele que diferente dos filósofos medievais teve uma vida bem mais agitada, vivendo e estudando em diversos lugares. Occam sustentava que a teologia não deveria interferir no estudo das coisas contingentes, uma vez que a vontade de Deus é ilimitada.
Com a sociedade se voltando para a reflexão e o debate, motivada pela “revolução comercial”, descobertas de Copérnico, Galileu e Descarte, pelo Renascimento e também a descoberta das Américas, a dialética ressurge e se fortalece, conseguindo manter-se assim nos séculos seguintes. Esse novo status da dialética é evidenciado pelo autor através das referências citadas e pela forma como ele as descreve.
O caráter instável, dinâmico e contraditório da condição