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Geração de suspense

A caminhada que antes não lhe parecia custar mais do que cinco minutos, agora lhe parecia uma eternidade. Sentia seus passos mais pesados, como se toda tensão que estava sentindo fosse do peso do mundo.
Igual aqueles momentos quando nossa vida passa na frene de nossos olhos, estava voltando a fita de sua memória desde que saiu de casa e mesmo com muito esforço tentando buscar uma razão para o que estava sentindo que iria acontecer, não achava nenhuma. Para ele tudo que tinha feito de errado não era motivo.
Finalmente chegou ao seu destino. Parado olhando para o portão sentia seu peito acelerar, um frio na barriga e o medo que tomava conta de todo o seu corpo, o paralisara. Enfim, tomou coragem e apertou o “203” no interfone. A espera para ser atendido era o que mais apertava seu coração. Sentia suas mão suando e o nó na garganta apertava tanto que a dor chegava a ser física.
Depois de uns três toques, atenderam o interfone. Uma voz com ar irritado e desapontado falou somente: - Sobe. Escutou o estalar do ferrolho do portão abrindo, mostrando o interior do prédio, o convidando a entrar e resolver seu dilema de uma vez por todas. Não conseguiu responder nada devido ao nó em sua garganta que ainda apertava muito. Só entrou e fechou o portão da forma mais lenta possível para adiar cada vez mais o encontro que a cada minuto se tornava mais eminente.
A cada degrau que subia sentia seu peito bater mais forte. O medo do que poderia acontecer lhe tomara por completo e quando chegou na porta do apartamento e viu o número “203” sentiu que aquela poderia ser a última vez que ele faria aquele caminho e bateria naquela porta. O peso da constatação foi tão grande que não se conteve e lágrimas caíram de cada um de seus olhos, como se tivessem sido ensaiadas.
Tomou coragem e deu três toques na porta. Logo escutou passos em direção a porta. Seu coração já estava quase saindo pela boca. Mãos continuavam suando e o nó na garganta ainda estava