David Peixoto

David Peixoto entrou para o Banco Nacional mal concluiu o seu curso de economia, iniciando a sua carreira como técnico do Gabinete de Estudos, departamento que funcionava na sede da instituição no Porto.
O gabinete era constituído por 14 técnicos, a maior parte dos quais economistas, havendo também juristas e um engenheiro. Era fundamentalmente um órgão de staff na dependência direta do Conselho de Administração e tinha como funções principais a emissão de pareceres relativamente às operações de crédito de maior montante, o acompanhamento dos clientes mais importantes e a auditoria das empresas do grupo em que o banco participava. Era também responsabilidade do departamento, a gestão da biblioteca e de uma base de dados e a publicação periódica de pequenas revistas que eram distribuídas pela administração e principais clientes.
Ao fim de algum tempo em que a sua atividade consistiu principalmente na elaboração de estudos sobre concessão de crédito, David Peixoto foi nomeado, pelo Diretor do Departamento, responsável pelo setor da biblioteca e informação (recolha, arquivo e resumo das informações importantes). Os anos iam passando e David Peixoto parecia feliz com o seu trabalho, apesar dos seus colegas manifestarem estranheza como seria possível um técnico não se sentir frustrado ao fim de tantos anos numa função que consideravam desinteressante.
Numa 2ª feira de manhã, o David Peixoto foi chamado à administração, regressando uma meia hora depois com ar preocupado. Interrogado sobre os motivos por um dos seus colegas com quem tinha mais intimidade, confidenciou-lhe que tinha sido convocado para integrar o Conselho de Administração de uma participada pelo banco, localizada nos arredores do Porto e que tinha uma série de problemas financeiros. Peixoto tinha ficado de dar uma resposta no dia seguinte pois queria ouvir a família antes de aceitar o convite.
Passado uns dias, iniciou as suas novas funções na Têxtil Moderna. Mas não se passava uma semana em que não