Curva de possibilidade
Nos últimos anos, praticamente todos os investimentos em capacidade adicional de produção anunciados pelas principais processadoras de proteína animal do País foram destinados ao Centro-Oeste. A pioneira nessa estratégia foi a antiga Perdigão, há cerca de dez anos.
Além da falta de espaço para expansões significativas na Região Sul, a proximidade da produção dos grãos motivou a instalação de um complexo industrial em Goiás. "A estratégia básica é estar próximo do grão. Nós temos hoje cerca de 230 milhões de frangos vivos, sempre. E esses bichinhos comem todos os dias. E comem grãos. Então, quanto mais perto estivermos dos grãos, melhor é para produzir o frango", diz o presidente da BRF-Brasil Foods, empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, José Antonio do Prado Fay.
Somente os grãos – soja, milho e outros utilizados na produção da ração – equivalem a pelo menos 50% do custo de produção de um frango. Considerando outros elementos da ração dos animais, a alimentação corresponderia a cerca de 70% dos custos. No caso dos suínos, a ração chega a 80% do custo de produção. Economias no transporte dos grãos até as granjas, portanto, são mais do que bem-vindas.
"Para ter um frango pronto, são necessários cerca de cinco quilos de ração. Ou você transporta cinco quilos de ração até São Paulo ou leva um ou dois quilos de frango do Centro-Oeste aos portos. Tem uma relação de transporte que incentiva a produção mais próxima do grão, além da necessidade de espaço", comenta o presidente da