Currículo e seus sujeitos
Hoje em dia, podemos observar uma educação que prepara a criança para a competitividade, ou seja, vivemos em um mundo regido por um sistema que obriga a maior parte da população a competir, o que se reproduz de forma muito trágica, pois criamos pais problemáticos, uma instituição problemática, e que cria crianças problemáticas.
Nesse contexto, a constituição escola moderna está relacionada à emergência das classes médias, desde o momento em que a burguesia passou a se utilizar da educação formal como sinal de distinção, identificando-se com aristocracia e distanciando-se das classes baixas. Afinal, a burguesa não podia arcar com os custos de bancar um professor particular ( luxo da aristocracia ). Sendo assim, criou os chamados escolas-internatos, que promoviam o ensino coletivo aos filhos de várias famílias em local público.
No âmbito familiar, podemos analisar os déficits de um ensino que distancia o filho de sua família, vide os internatos e numa perspectiva mais atual os colégios mais modernos no qual a criança estuda durante um determinado período do dia e volta para casa no mesmo dia. Como se já não bastasse todo o tempo que os pais necessitam gastar para ocupar-se em seus trabalhos. Diminuindo assim as relações afetivas parentais, em outras palavras, distanciando o elo entre pais e filhos.
Resgatando tal pensamento para a perspectiva atual, podemos ver uma sociedade extremamente problemática, onde vemos pais resumindo o problema de seus filhos a doenças psíquicas e médicos irresponsáveis prescrevendo milhares de receitas para medicalizar milhões de crianças.