Cultura e Política

CULTURA E POLÍTICA

Do verbo latino colo, que significava na língua romana, eu moro, eu ocupo a terra, derivaram diversas palavras, a primeira delas é a palavra colônia, significando esta o espaço que se está ocupando, cultivando. Outra derivação é palavra colonização que está ligada à ideia de povoamento e à exploração do solo alheio, somado ao fator dominação, formando o binômio cuidar-mandar. Já a palavra cultus, como adjetivo adverbial refere-se ao solo cultivado e como substantivo refere-se à ideia de religião e respeito aos antepassados. De cultum, deriva culturus, que exprime a ideia de futuro, aquilo que se vai trabalhar, podendo ser utilizada tanto para o solo quanto para o ser humano.
O processo colonizador do Brasil determinou suas tradições mais marcantes. O conquistador português já trouxe consigo características psicológicas determinantes, tais como individualismo, desordem, inquietude, poligamia, mestiçagem, entre outros; incorporou as culturas do índio e do negro que lhe interessavam e introduziu de forma violenta as suas vontades nesses povos. A religião tentou apaziguar tais conflitos, submetendo a cultura letrada à linguagem local, porém frequentemente entrava em litígio com os interesses e a jurisdição civil; os intelectuais exaltavam os feitos portugueses em obras literárias como em “Os Lusíadas”, de Camões. Neste sentido, a luta é, ao mesmo tempo, cultural e política. Com o tempo, a mistura de diversos povos e distintas raízes provocou uma miscigenação de culturas, não sendo mais possível distingui-las. Esse coabitar do arcaico com o moderno deve ser almejado, de tal modo que onde exista vida popular, exista também cultura tradicional, material e simbólica e absorva valores de outras sociedades, sem se destruir definitivamente, apenas mudando de aparência.
Atualmente, a palavra cultura assume diversos sentidos, tais como sabedoria, sofisticação, e muitas vezes é confundida com inteligência, uma vez que frequentemente associada ao volume