Cultura indígena
A finalidade desse trabalho é tentar mostrar a cultura (do latim colere, que significa cultivar) dos tupinambás que é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
Embora não haja consenso entre os antropólogos, a maioria admite a presença dos tupinambás nesta região do cone sul da América, entre 3000 e 5000 anos, para onde teriam migrado motivados, possivelmente, por aumento populacional. Nômades, hábeis ceramistas e cesteiros, se deslocavam em grupos familiares mais ou menos extensos, e retiravam da floresta tudo o que necessitavam para a sua existência, desde a coleta de frutos e ervas medicinais, passando pela construção de casas e preparação de armadilhas para a caça.
Os costumes dos tupis ou tupinambás são mais conhecidos por causa dos registros que deles fizeram os jesuítas e os viajantes estrangeiros durante o Período Colonial. O mesmo, entretanto, não ocorreu com os tapuias, considerados pelos colonizadores o exemplo máximo da barbárie e selvageria.
DESENVOLVIMENTO
1. CONHECIMENTOS MEDICINAIS
Quem trata os índios é o pajé, que usa ervas e encantamentos (magia) para obter a cura. Isso porque para os índios a doença está sempre ligada a um delito cometido contra os deuses, os mortos ou a sociedade. Daí a necessidade de recorrerem à magia e ao sobrenatural em seus métodos curativos. Mas além dos encantamentos (chocalhar de maracás, recitação de fórmulas mágicas) e dos amuletos (conchas, ossos etc.), os pajés lançam mão também de práticas de uso universal, como os banhos, o repouso, o jejum e o emprego do calor (cinza