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A segurança coletiva na guerra fria - Fernanda Alves e Luis Gustavo

O período em que foi inaugurada a sua atuação é bem emblemático para que se possa entender a extensão e efetividade de seus poderes e suas funções. Nota-se na guerra fria um momento caracterizado por um longo confronto que teve sua origem mais cristalina na distribuição global de forças após a segunda guerra mundial; e, sobretudo, nem longe foi um período homogêneo. O equilíbrio de poder desigual do pós-guerra foi aceito tacitamente entre as duas superpotências da época. A URSS controlava uma região do globo, a zona ocupada após a marcha do exército vermelho e por outras forças armadas comunistas, e os EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista além do hemisfério norte e dos oceanos; ambos exerciam influência sobre tais áreas sem intervir na zona de hegemonia alheia.

O período histórico referido se caracterizou como sendo de ímpar singularidade e excepcionalidade na história da humanidade sob muitos sentidos. O que existiu foi, pela primeira e única vez na história, um sistema bipolar, uma nova arquitetura de poder baseada no poderio americano, no poderio soviético e na inovação da tecnológica nuclear para fins militares. O próprio poder de dissuasão soviético no início da guerra fria só se manteve devido à bomba como forma de reduzir as diferenças para os EUA e a guerra só foi “fria” devido a essa inovação tecnológica

Ademais, pode-se olhar o contexto no qual se encontra a criação da ONU, nas ideias de Lucile Carson, como o fim da era dos Estados isolados, no qual a equação de poder no mundo seria simples: um mundo dividido em dois blocos, um ocidental sob comando político e poder militar dos Estados Unidos, o qual possui por características a heterogeneidade, a rejeição ao comunismo, de união militar através de inúmeros acordos como a OTAN, TIAR, OTASE e aonde é possível observar a multiplicação de organismos internacionais; e outro oriental,