Crônica

627 palavras 3 páginas
FINGIR
Aqui estou eu no primeiro dia de volta às aulas, mais um dia alegre e contagiante para as pessoas que acordaram às quatro ou cinco horas da manhã para olhar para a cara umas das outras e fingir uma inesgotável alegria. Mais feliz ainda, é quem estuda pela tarde e tem que vir nesse horário para poder observar tudo isso e escrever uma crônica que passou as férias inteiras adiando.
O ser humano é mestre em fingir, às vezes fingem tão bem que esquece que está fingindo.
E, acredite, os alunos do IFRN, em especial do campus São Gonçalo do Amarante, têm o incrível dom de fingir: fingir se importar, fingir que não se importam (se importando), fingir que estão bem, fingir que estão mal para ter a atenção de alguns, fingir uma amizade com quem odeia (por exemplo, a sincera e amorosa relação entre Informática e Edificações), fingir que não estão na friendzone, fingir que estão doentes na enfermaria para ganhar um tempinho fora da aula chata, em que todos estão naquela posição de “O pensador”, ou então, no caso das meninas, olharem o médico gato que vai uma vez a cada três meses visitar os reles alunos mortais, fingir que fez a atividade ou trabalho que faz milhares de anos que o professor passou. Ah! Esse é o melhor fingimento... Alguns são amigos tão verdadeiros que chamam você para fazer trabalho em dupla e te deixam fazendo tudo sozinho, pensando no seu aprendizado. Mas o maior fingimento do primeiro dia de aula é o da felicidade ao voltar ao completo marasmo do dia a dia.
Os veteranos chegam ao campus com olhos de ressaca, cumprimentam uns aos outros com um belo e satisfeito: “Olá, fulano! Tudo bem? Fez o trabalho de Milson?” e saem. Futuramente, depois de todo esse fingimento, provavelmente desistirão desse comportamento e voltarão felizes aos seus trabalhos e provas diários.
Os calouros são os únicos verdadeiros nesse fingimento. Foram as suas primeiras férias no IF e, quando voltam, estão mais felizes que pinto no lixo por reverem seus amigos que daqui

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