crise fordismo
David Harvey
David Harvey caracterizava o fordismo através dos conceitos de regime de acumulação e modo de regulamentação. Além disso, o fordismo é caracterizado pela idéia de que produção em massa requer consumo em massa.
As contradições do capitalismo se resumem nas crises de superprodução e na disciplina dos trabalhadores.
As contradições eram estabilizadas por meio de um pacto tácito entre os três agentes: Estado, Capitalista e Trabalhadores.
O papel das grandes corporações era garantir o alto nível de produção por meio de investimentos de longo prazo, garantindo o aumento da produtividade e o crescimento econômico. Dessa forma, o preço dos produtos caíam, permitindo o acesso dos trabalhadores aos produtos. No entanto, para que eles realizassem esses investimentos de longo prazo, as grandes corporações precisavam de garantia de demanda. Quem promovia essa garantia era o Estado, por meio da conversão dos impostos e arrecadações em direitos sociais e infraestrutura (para criar as condições da produção e consumo de massa; o investimento em infraestrutura garantia uma situação de pleno emprego). Além disso, o Estado intermediava a relação entre as grandes corporações e os sindicatos, fazendo com que as corporações garantissem um salário mínimo para que os trabalhadores tivessem acesso ao consumo. O Estado possuía um papel keynesiano; interventor.
A partir do final dos anos 1960 e do meio dos anos 1970, esse modelo que garantiu o crescimento econômico durante 30 anos não é mais suficiente para garantir a estabilidade.
O modelo fordista começa a ruir na medida em que os direitos e benefícios sociais não atingiam todas as classes, promovendo uma constante exclusão de uma parte da população. Somente os trabalhadores das grandes corporações usufruíam desses benefícios e tinham acesso ao consumo. Aqueles que não tinham acesso às grandes corporações ganhavam os mesmo benefícios, porém não tinham acesso aos mesmos bens de consumo.