CopaXDitadura

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A Copa do Mundo de futebol realizada na Argentina no ano de 1978 foi um evento controverso. A ditadura civil-militar que estava estabelecida no país teve grande controle sobre a competição, tornando-a uma forma de propagação de ideais nacionalistas internamente e buscando melhorar a imagem do país no exterior.
Segundo Dowdle (2011), a política e o futebol apresentam relações intrínsecas na América Latina. Os governos utilizam tal esporte como ferramenta para defender o nacionalismo, sendo que, até hoje, é usado como arma para o controle das massas, pois unifica diferentes classes sociais, esquecendo, mesmo que temporariamente, as diferenças. A autora também aponta que o futebol é uma forma de ascensão social, já que proporciona a oportunidade de atletas, das classes baixas da sociedade, crescerem economicamente.
A importância do futebol na política da Argentina era evidente. Assim que chegou ao poder, a Junta Militar passou a gerenciar a programação das emissoras de televisão que, a partir de então, só exibiam programas estatais, com exceção, é claro, das partidas de futebol, que puderam ser apresentadas livremente. Além disso, o futebol era um grande motor da popularidade de um indivíduo; de sorte que, antes de ingressar na política, os aspirantes iniciavam sua carreira como líderes de times de futebol, assim seu reconhecimento estava garantido (Dowdle, 2011).
A ditadura de Jorge Rafael Videla durou cerca de cinco anos, e, apesar da curta duração, foi um dos mais sangrentos regimes autoritários latinos, deixando milhares de mortos e um número ainda maior de desaparecidos. Para ocultar o desrespeito aos direitos humanos e amenizar o clima de tensão em que o país estava submerso, a Junta Militar utilizou mecanismos como manipulação e limitação da ação da imprensa e a repressão militar de grupos políticos opositores. A agência Burson Masteller, especializada em publicidade para ditaduras, foi a grande responsável por difundir a “paz argentina” no mundo. Para

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