CONTEXTO GEOLÓGICO PRELIMINAR E GEOCRONOLOGIA DA FOLHA PORTO DOS GAÚCHOS (SC.21-Y-D), NOROESTE DE MATO GROSSO

CONTEXTO GEOLÓGICO PRELIMINAR E GEOCRONOLOGIA DA FOLHA PORTO DOS GAÚCHOS (SC.21-Y-D), NOROESTE DE MATO GROSSO

Resumo:
A Folha Porto dos Gaúchos é parte integrante do Projeto Noroeste Nordeste de Mato Grosso, objeto de convênio entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia do Estado de Mato Grosso (SICME/MT). Localizada na porção noroeste do estado de Mato Grosso, esta folha está limitada pelos paralelos 11° e 12°N e pelos meridianos 58°30’ e 57° W. Sob o ponto de vista tectônico localiza-se a sudoeste do Cráton Amazônico, onde abrange parte da Província Rondônia-Juruena (Santos et al., 2000) e da Bacia do Parecis.
A partir da integração de dados de campo, geocronológicos e geoquímicos propõe-se uma nova ordenação estratigráfica para a Folha Porto dos Gaúchos: Complexo Juruena (Granito São Pedro, Granito São Romão e Tonalito Vitória); Grupo Roosevelt; Suíte Intrusiva Serra da Providência (Granito Serra da Providência, Charnockito São Roque e Granito Rio Vermelho); Bacia do Parecis (Formações Fazenda da Casa Branca e Salto da Nuvens); e coberturas Cenozóicas (coberturas detrito-lateríticas ferruginosas e aluvião).
O termo Complexo Juruena foi proposto neste projeto a fim de reunir as rochas Paleoproterozóicas do Arco Magmático Juruena, com características geoquímicas de granitóides tipo I e de idades U-Pb em torno de 1780Ma. Na Folha Porto dos Gaúchos, os Granitos São Pedro e São Romão (sienogranitos, monzogranitos, monzonitos deformados de granulação grossa e fina, respectivamente) e o Tonalito Vitória (tonalito, granodiorito de granulação fina à média) são representantes deste Complexo, e localizam-se à leste do Rio do Sangue. Datação U-Pb inédita em zircão de um monzogranito fino (Granito São Romão), no perímetro urbano de Juara, revelou idade de 1763±37 Ma.
O Grupo Roosevelt, cartografado na parte nordeste da folha, possui poucas exposições em campo devido ao alto grau de intemperismo. O solo