ConsumoXSocialismo

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Atualmente é cada vez maior o número de pessoas que valorizam aquilo que têm materialmente, em detrimento de suas posses intelectuais, ou da visão cultural amplamente difundida. O consumo vem sendo pregado voluntária e involuntariamente no mundo cotidiano, se comparados os veículos de comunicação de hoje em dia com aqueles de dezenas de anos atrás. O consumo defendido era o de necessidade de curto e longo prazo, dependendo de seu emprego ou função no dia-a-dia, e cada objeto ou mercadoria comprada tinha algum motivo específico de uma real necessidade. No início do século XX, vê-se a necessidade que a sociedade cria de se enquadrar em parâmetros criados puramente pela pré-modernidade que o surgimento das máquinas trouxe. Neste sentido, o autor Walter Benjamin em seu texto Paris, Capital do Século XIX, cita que a sociedade parisiense se foca em necessidades para se manter fora do que é entendido como antiquado. O mundo capitalista, além de trazer as várias maneiras de ganho de capital que ajudariam àqueles que sustentavam que a força de trabalho deveria ser recompensada de forma a capacitar o ser humano a criar seus descendentes, também mostrou que o ganho de capital pode se tornar fator de multiplicação de desejos do ter para satisfazer às vontades, que cresciam, na medida em que a tecnologia do mundo contemporâneo criava novos produtos, saciando necessidades, mas também criando novas, havendo assim, uma nova forma da sociedade ver aquilo que comprava. Como fora citado pelo autor ainda nesta mesma seção, Paris se tornou uma cidade repleta de galerias comerciais até o início do século passado, e o ato de comprar impulsionado pelo grande momento produtivo que aumentava cada vez mais a classe burguesa, fazia com que se voltassem às compras, como se fosse algo indispensável em seu dia-a-dia, ou seja, o que um dia era algo supérfluo, no outro se transformava em artigo de primeira necessidade. Por outro lado, em outra seção do texto, Benjamin fala do

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