Construções imagético-discursivas sobre o sertão
Buscando refletir sobre a história da colonização e ocupação dos sertões nas capitanias do norte no Brasil colônia, a partir das construções imagético-discursivas que se fizeram sobre o espaço sertão para assim legitimarem o projeto de dominação desse território.
A ocupação e dominação desse espaço pelos colonizadores só foi possível após uma guerra travada contra os habitantes naturais daquelas terras, os chamados índios Tapuias.
A fixação dos colonos no sertão nas capitanias do norte foi impulsionada sobretudo pela atividade pecuária de extensão, já que as terras litorâneas eram para usofruto da plantação da cana-de-açucar. Para tratar da pecuária utilizei Formação Histórica do Brasil de Nelson Werneck Sodré, História econômica do Brasil de Caio Prado Júnior e outros.
Inicialmente alguns colonos receberam sesmarias ainda no século XVI, como por exemplo Gárcia Dias D’ávila, que estabeleceu currais e fez guerra contra os grupos indígenas sem apoio da Coroa.
Após a saída dos neerlandeses do território brasileiro a ocupação do sertão nordestino se efetivou, pois foram doadas sesmarias aos heróis da guerra contra os holandeses. A partir da metade do século XVII os conflitos entre os povos autóctones e os sesmeiros se intensificam, e é dado o nome de “Guerra dos Bárbaros”.
Para fazer essa abordagem foram utilizados livros, teses, dissertações e artigos, sendo que alguns livros eram de cronistas ou missionários, tais com o Tratado descritivo do Brasil em 1587 de Gabriel Soares de Souza, História do Brasil:1500-1627 de Frei Vicente do Salvador e Dialógos das Grandezas do Brasil de Ambrósio Fernandes Brandão.
É importante mencionar que não há relatos escritos pelos Tapuias sobre essa guerra, e que apesar dessa ausência de depoimentos sob a ótica dos indígenas do sertão, tentaremos analisar a origem da “Guerra dos Bárbaros” e as repercussões desta sobre a sociedade indígena.
Para explanar sobre a guerra utilizei Religião como Tradução: