Concepções de corpo e gênero de crianças de uma escola especializada no atendimento às pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
A presente pesquisa buscou uma aproximação com a visão de crianças com deficiência intelectual sobre os temas: corpo e gênero. A análise das concepções que as crianças expressaram em ilustrações, falas e atitudes durante as atividades da pesquisa de campo, partiram das contribuições dos Estudos foucaultianos, dos Estudos Feministas e dos Estudos Culturais. O presente artigo tem o objetivo de apresentar alguns resultados e discussões de uma pesquisa que possibilitou o diálogo com um grupo de crianças diagnosticadas com deficiência intelectual, com idades entre oito e doze anos, de uma escola especializada de um município do interior de Mato Grosso do Sul.
Foram convidadas/os a participar da pesquisa cinco meninas e oito meninos. Todas as meninas convidadas participaram dos encontros, sendo que apenas um dos meninos convidados não compareceu às atividades. Portanto, participaram das atividades um total de doze crianças. O número desigual de meninas e meninos pode ser justificado pelo fato de que a quantidade de meninos encaminhados para os serviços de educação especial identificados com a deficiência intelectual ser superior ao número de meninas encaminhadas (GONZALEZ, 2010). Porém, há outras possibilidades de entender estes dados, uma delas é de que os meninos podem apresentar comportamentos considerados “não adequados” ao cenário escolar. Isto acarretaria um número maior de encaminhamentos de meninos para serviços especializados, mesmo sem serem diagnosticados com a deficiência intelectual (GONZALEZ, 2010).
A pesquisa teve como questões: Quais concepções o grupo de crianças tem sobre gênero? Como essas crianças se expressam sobre os corpos? O que as crianças falam sobre estes temas? Por que e com quais representações? Como se identificam ou não com as normas de gênero?
A metodologia da pesquisa de campo foi baseada na