Comunicação e Subjetividade
INTRODUÇÃO
A comunicação sempre foi uma questão problemática no ambiente corporativo, não somente pela sua diversificação, mas também pelo efeito da subordinação e hierarquização nas relações de trabalho, que fizeram com que essa comunicação se tornasse extremamente técnica e instrumentalizada. Apesar desta problemática, a tese defendida pelo autor é a do surgimento de uma comunicação autêntica, um estilo de comunicação estabelecida apenas entre os membros do mesmo conceito corporativo.
O IDEAL DA COMUNICAÇÃO ZERO
Segundo Adam Smith, o pai da economia, a comunicação no ambiente de fabril não gerava nenhum valor econômico para a empresa, muito pelo contrário, era uma perda de tempo, um elemento de degradação da produtividade. Por ter se inspirado nos estudos de Adam Smith, Taylor não poderia ter abordado metodologia diferente em sua administração científica. Naquela época, a concepção de produtividade advinha da agilidade dos operários, portanto a comunicação era tida como perda de tempo e dinheiro, além de poder engajar possíveis insubordinações e/ou revoltas por parte dos operários. Isso já podia ser visto em Tempos Modernos, de Charles Chaplin, onde os empresários criaram uma máquina que alimentava os funcionários de maneira mais ágil, pois, para a empresa da época, todo o momento em que o funcionário estivesse ausente era tido como improdutivo, portanto, se otimizassem o horário de almoço, eles poderiam otimizar a produção e, por conseqüência, o lucro. No entanto, não significa que a empresa era privada de comunicação, pelo contrário, a condição geral do taylorismo é uma linguagem tecnicalizada, desenvolvida por técnicos e engenheiros. Estas linguagens iam de acordo com a tarefa, por exemplo, a linguagem utilizada no controle de qualidade, era diferente da utilizada na linha de produção. A política de não-linguagem acabou por beneficiar esta linguagem tecnicalizada pois, já que não se podia falar no ambiente