Complexo de Édipo Feminino
COMPLEXO DE ÉDIPO FEMININO
Luiza Rubim e Carolina Apolinário de Souza Em sua investigação a respeito da sexualidade feminina, Freud iria se deparar com inúmeros entraves e dúvidas em relação ao complexo de Édipo feminino, já que a presença do pênis no menino e a ausência na menina marcam a principal diferença do complexo de castração nos dois sexos.
Em ''Sexualidade feminina" (1931) Freud fará observações a respeito da longa duração pré-edipiana da menina com a mãe e da existência de uma fase de rivalidade com o pai. Ele aponta que para o menino, a mãe, que fora seu primeiro objeto amoroso, continua o sendo e com a intensificação de seus desejos eróticos por ela, o pai se torna um rival. "Durante este fase o pai de uma menina não é para ela muito mais do que um rival causador de problemas, embora sua hostilidade para com ele jamais alcance a rivalidade característica dos meninos" (Freud, 1931).
Para a menina no entanto, o processo ocorre de forma diferente, pois enquanto o menino não precisa se desligar do objeto feminino para que no futuro escolha um objeto amoroso do sexo oposto, a menina tem de se desligar do objeto feminino representado em primeira instância pela mãe. Isto significa dizer que: "À mudança em seu próprio sexo deve corresponder um mudança no sexo de seu objeto" (Freud, 1931).
Assim, Freud passou a investigar como ocorre este desligamento da mãe na menina, ou seja, como se dá a dissolução de seu complexo de Édipo, e também como ela encontra o caminho para a escolha de um objeto amoroso masculino.
Freud coloca o complexo de Édipo como o resultado final de um processo demorado criado pela influência da do complexo de castração. Apesar de os efeitos do complexo de castração se apresentarem de formas diferentes no menino e na menina, ambos passam pela fase inicial da crença de que não há diferença anatômica entre sexos, e tanto homens quanto mulheres possuiriam o órgão sexual masculino.
A partir das