COMO ENLOUQUECER SEU CHEFE

COMO ENLOQUECER SEU CHEFE
No filme, Peter Gibbons (Personagem principal) é um programador de computadores que trabalha na INITECH fazendo upgrade dos softwares e sente-se muito infeliz, insatisfeito com o trabalho, muito estressado pela rotina e oprimido pelo chefão mau caráter que o persegue e muitas vezes de forma maquiavélica transita pelo escritório apenas para azucrinar seus funcionários, inclusive Peter, até mesmo em seus pesadelos, o que demonstra que o controle capitalista do trabalho é também controle capitalista da reprodução social.
Ao mesmo tempo, Peter está insatisfeito com sua vida amorosa. É um detalhe importante do filme, pois expõe o estreito laço entre trabalho e vida afetiva. O que move Peter Gibbons em sua atitude pessoal contra o trabalho estranhado (que gera maior carga de trabalho e aumento do desgaste nos funcionários), são disposições íntimas que o sufocam. Por isso, de repente, ele “chuta o balde”: abandona a namorada e, ao mesmo tempo, rompe com o estilo de vida do empregado enquadrado na rotina de trabalho monótona e repetitiva.
Numa segunda-feira, primeiro dia útil da semana, que a crise pessoal de Peter Gibbons se manifesta com vigor. Ele “surta”, talvez porque sempre foi o empregado que disse “sim” para o chefe, submetendo-se calado às horas-extras nos finais de semana. O tempo de vida de Peter era tempo de trabalho. Mas após uma sessão de hipnose seu comportamento muda totalmente e ele passa a não cumpri horários, nem fazer nada daquilo que lhe foi determinado. Com tudo isso ele espera ser demitido, porém, quanto mais se rebela, mais transgride as leis, mais é elogiado por especialistas em produtividade, que lhe dão uma promoção e fazem isto no mesmo período em que várias pessoas são demitidas.
Ao redor de Peter, uma série de personagens curiosos compõe o espaço do escritório, cada um deles traduzindo em si, um complexo de afetos contraditórios que permeiam a alma proletária. Por um lado, insatisfação e medo; e por outro lado,