CIVILIZAÇÃO DAS FORMAS: O CORPO COMO VALOR

1193 palavras 5 páginas
A CIVILIZAÇÃO DAS FORMAS:
O CORPO COMO VALOR

Em um contexto social e histórico particularmente instável e mutante, no qual os meios tradicionais de produção de identidade - a família, a religião, a política, o trabalho, entre outros - se encontram enfraquecidos, é possível imaginar que muitos indivíduos ou grupos estejam se apropriando do corpo como um meio de expressão ou representação do eu. (Cirurgia)- Devido ao aspecto inusitado dos corpos transformados ou à agressividade das técnicas utilizadas, que podem ser vistas, por muitos, como demonstrações de loucura ou “masoquismo”, as práticas costumam chocar aqueles que as observam de longe, considerando-as, em geral, demasiadamente exóticas, ao passo que outras técnicas, legitimadas pelo saber científico de especialistas, são adotadas por um número cada vez maior de pessoas em busca de uma aparência idealizada. Seriam aquelas mais agressivas ou extremadas do que as já banalizadas operações plásticas no nariz, lifting, implante de próteses de silicone e lipoaspiração. (Corpo)- Fim do século XX e início do XXI, assistimos no Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos, a uma crescente glorificação do corpo, com ênfase cada vez maior na exibição pública do que antes era escondido e, aparentemente, mais controlado. Hoje, as anatomias mostradas parecem confirmar a ideia de que vivemos um período de afrouxamento moral nunca visto antes. No entanto, um olhar mais cuidadoso sobre essa "redescoberta" do corpo permite que se enxerguem não apenas os indícios de um arrefecimento dos códigos da obscenidade e da decência, mas, antes, os signos de uma nova moralidade, que, sob a aparente libertação física e sexual, prega a conformidade a determinado padrão estético, convencionalmente chamado de “boa forma". Pode-se pensar que a aparente liberação dos corpos, sugerida por sua atual onipresença na publicidade, na mídia e nas interações cotidianas, tem por trás um "processo civilizador",

Relacionados

  • obcessões e mascaras
    57471 palavras | 230 páginas
  • proudhon filosofia da miseria
    207590 palavras | 831 páginas
  • Caixa preta
    103364 palavras | 414 páginas
  • economia lean
    51203 palavras | 205 páginas
  • A história concisa da Filosofia
    197550 palavras | 791 páginas
  • Direto Constitucional Esquematizado Pedro Lenza 18 ed
    684525 palavras | 2739 páginas