Caractrização e avaliação da mata ciliar na estação ecológica do caiuá

19919 palavras 80 páginas
1. INTRODUÇÃO

O processo de ocupação do território brasileiro caracterizou-se pela falta de planejamento e conseqüente destruição dos recursos naturais, particularmente das florestas nativas representadas pelos diferentes biomas (Martins, 2001). No Estado do Paraná, esse processo não foi diferente. O Noroeste do estado, com seus solos arenosos, derivados do Arenito Caiuá, apresenta um intenso processo erosivo, causado principalmente pelo desmatamento ocorrido durante sua colonização, associado ao desrespeito à aptidão agrícola da região. No final do século passado, 83% da área do estado era coberta com florestas e o restante era ocupada por campos naturais, afloramentos rochosos, restingas e outras formações não florestais. Atualmente, a situação é crítica, sendo alarmante na região noroeste. Tal afirmativa aponta para a existência de menos de 7% de cobertura florestal no estado e menos de 1% na região noroeste
(Campos, 1999). A paisagem original do Estado do Paraná, que ao longo das calhas dos rios possuía uma vegetação ciliar peculiar foi transformada, sendo reduzida a um mosaico de fragmentos ciliares situados em locais de topografia acidentada. Essas matas são as formações que se encontram associadas aos cursos d’água, possuem largura variável e apresentam variações em sua estrutura e composição florística. Elas desempenham importantes funções ecológicas e hidrológicas na bacia hidrográfica, melhorando a qualidade da água, permitindo uma melhor regularização dos recursos hídricos, dando estabilidade aos solos marginais e promovendo o melhor desenvolvimento, sustentação e proteção da fauna ribeirinha e dos organismos aquáticos (Rosa, 1991). De acordo com o Código Florestal Brasileiro em seu art. 2º da Lei Federal nº 4.771/65, as matas ciliares, assim como as reservas legais das propriedades agrícolas, devem ser preservadas. Apesar dessas formações serem protegidas por lei desde 1965 e depois contempladas

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