Cap Tulos 4 E 5 Apostila De Biogeografia EAD 1

4 A VARIAÇÃO TEMPORAL E A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS SERES VIVOS 4.1 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESPÉCIES

Tratar da atuação da variação temporal na distribuição espacial dos seres implica, antes de tudo, em definir as escalas, tanto temporal, quanto espacial. No entanto, devemos considerar que na história de evolução da vida no planeta Terra os gradientes de tempo e espaço sempre atuaram conjuntamente, tanto para a evolução dos táxons quanto para sua distribuição no globo.
Podemos elencar os gradientes de variação dos fatores ambientais, sejam eles climáticos, processos da tectônica terrestre, fisiográficos, edáficos e biológicos, como condicionantes da distribuição dos seres vivos nos diversos ambientes. No entanto, dependendo da escala de análise a expressão da atuação de cada fator, ou mesmo conjunta dos fatores, será diferenciada.
Analisando as causas dos padrões de distribuição espacial globais podemos salientar que, atuando sobre a escala de variação temporal, as variações climáticas, os processos da dinâmica planetária, e as relações ecológicas entre os diversos níveis de táxons que integram o processo sucessório ecológico - processo natural na dinâmica da biosfera - numa possível tendência a um estado clímax, são condicionantes da expressão das áreas atuais de distribuição geográfica dos grandes ecossistemas terrestres. Podemos ressaltar que as causas da distribuição espacial dos seres vivos, sob a atuação dos fatores expostos, podem ser históricas, físicas ou biológicas.
Diante do exposto, este texto tem o propósito de (1) apresentar os padrões de distribuição espacial global dos seres vivos, sob a perspectiva da variação temporal, analisando-as com base nos fatores propostos. (2) Apresentar os processos biogeográficos que atuam sobre a distribuição dos seres vivos e quais as teorias e processos que os tem suportado: dispersão, vicariância, especiação, convergência e outros. (3) Analisar os padrões de distribuições resultante desses processos