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MANEJO DA MATÉRIA ORGÂNICA NO SISTEMA PLANTIO DIRETO: A experiência no Estado do Paraná

Osmar Muzilli1

INTRODUÇÃO

Aprodução agrícola e a qualidade ambiental nas regiões tropicais e sub-tropicais brasileiras dependem direta-mente da manutenção e melhoramento dos atributos do solo, onde a construção e a preservação da matéria orgânica se destaca como elemento-chave. A dinâmica da matéria orgânica nos solos, por sua vez, é afetada por fatores ambientais – temperatura, umidade, pH, potencial de oxi-redução do solo – e fatores bióticos – quantidade e qualidade dos resíduos orgânicos, atividade microbiana do solo.

A posição geográfica de transição ocupada pelo Estado do Paraná faz com que suas condições climáticas variem desde zonas tropicais e sub-tropicais até zonas temperadas. As formações geoló-gicas, por outro lado, resultam numa ampla variação de solos carac-terizada pela presença de terras arenosas derivadas do arenito Caiuá na região Noroeste, por uma extensa área de solos argilosos de origem basáltica cobrindo cerca de 40% da superfície do Estado no sentido Nordeste-Sudoeste e pela ocorrência de solos de origem sedimentar e metamórfica na região Centro-Sul do Estado, onde predominam os tipos climáticos sub-tropical e temperado.

Perante tão ampla variabilidade de fatores ambientais, a cons-trução e a preservação da matéria orgânica nos agroecossistemas paranaenses depende fundamentalmente do adequado manejo dos fatores bióticos, onde o sistema plantio direto (SPD) tem se destacado como um dos processos mais eficazes.

A sustentação do SPD deve ser mantida pelo não-revolvimento do solo e pela biodiversidade de espécies vegetais proporcionada por sistemas diversificados de produção agrícola que, necessariamente, incluem a rotação de culturas com plantas de cobertura (adubos ver-des).

Nesta abordagem são destacados alguns benefícios proporcio-nados pela matéria orgânica nos atributos edáficos e os procedi-mentos de manejo que possibilitam