Biologia

7651 palavras 31 páginas
A POESIA DECADENTISTA DE AUGUSTO DOS ANJOS
Considerações iniciais

Augusto dos Anjos é um poeta de difícil classificação dentro dos estilos de época. Orris Soares (1983 p.32), seu crítico mais fiel, declarou, com bastante propriedade, que o poeta não tem filiação em nenhuma corrente literária. Também Alexei Bueno (1994 pp.21-34) atesta que a sua poesia tem um caráter de independência extrema, quase de geração espontânea. A cronologia, entretanto, marca o seu aparecimento entre as últimas produções do Parnasianismo, quando o estilo sobrevivia ainda, paralelo às últimas notas simbolistas. Por uma questão didática, convencionou-se estudá-lo como um poeta de transição entre o Simbolismo e o Modernismo nascente, haja vista a comunhão de um espírito conservador (no que se refere à forma de seus versos) com um espírito extremamente renovador (o seu léxico destoa do elitismo linguístico parnasiano e simbolista).

Por ser uma poesia independente e quase maldita, cujas imagens lembram nuances naturalistas, lançou-se o desafio de fazer um estudo sobre a predisposição do poeta para o horrível e a possível influência de Baudelaire; seguidamente, serão mostrados os versos que demonstram a escatologia, a decomposição, o pessimismo e o gosto do poeta pela dor, para ilustrar, dessa forma, os temas constantes das poesias do seu único livro: "Eu e outras poesias".

1. A predisposição para o horrível

Predeterminação imprescritível
Oriunda da infra-astral substância calma
Plasmou, aparelhou, talhou minha alma
Para cantar de preferência o Horrível!

Como revelam os versos do soneto "Minha finalidade", acima transcritos, Augusto dos Anjos parecia crer em sua predestinação para cantar o horrível. Sua formação determinista é constantemente reafirmada em seus versos, e a dor parece uma característica inexorável de sua existência. Em muitos poemas ele deixa entrever passagens de sua história, como se tivesse encontrado em sua própria vida desgraçada a inspiração para sua

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