Bacharel

Problemática

A partir das reflexões anteriores de Danto a respeito do pacto entre artes visuais e historicismo que durara seis séculos da era cristã, este se aproveita da data simbólica e quase apocalíptica de 1984 para publicar um ensaio articulado “The End of Art”, obviamente desejava causar impacto, aparentemente não havia nada que marcasse tal advento, o mercado estava em seu ápice, os artistas produziam como sempre, parecia algum tipo de oportunismo de um crítico em ascensão. Na verdade, Danto interpretou como marco deste fim o ano de 1964, ano da exposição da Brillo box de Warhol (porquê não Duchamp?), sabe-se lá a razão que o levou vinte anos após o contato impactante com tal obra a publicação de um texto explicitando sua importância para o fim de um ciclo de associação entre arte e momento histórico. Danto dá a entender que isto se deu por um processo “... o fim da arte jamais se apresentou sob a forma de um juízo crítico, e sim como juízo histórico objetivo”. Este seria um intérprete contemporâneo dos fins dos tempos da arte, o que já fora proferido por Hegel há mais de um século. Tudo após tal ciclo estaria no âmbito pos-histórico, o conceito de arte entendido anteriormente deixara de existir, o que não significava que a ação de caráter artístico assim também seria.
A arte é interpretada como um momento temporal de início e fim delimitados, obviamente, há marcos institucionalizados para ambos, mas parece possível o reconhecimento destes através de certo distanciamento de tal narrativa, distanciamento crítico e temporal.
Danto atenta a respeito de movimentos que estão tão impregnados em nosso cotidiano que nos esquecemos de pensá-los sustentados por bases historicistas, o fim destes (ou melhor: o fim da história) não impossibilita a presença de ações que deles oriundam. A questão que possibilita o significado histórico da arte é a relação estética, Danto chega a tal sentença baseado nos argumentos de Belting a respeito do início da era artística,