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O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura, do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”.
Exemplo claro disso encontramos em alguns livros onde colocavam que os índios eram incapazes de trabalhar nos engenhos de açúcar por serem indolentes e preguiçosos, ou seja, fora dos seus contextos culturais. Como um povo ou uma pessoa trabalha como escravo com satisfação e eficiência?
Como o “outro” é alguém calado, a quem não é permitido dizer de si mesmo, mera imagem sem voz, manipulando de acordo com desejos ideológicos, o índio é, para o livro didático, apena uma forma vazia que empresta sentido ao mundo dos brancos
O primeiro papel que o índio representa é no descobrimento do Brasil, no segundo momento na catequese sendo colocado com uma criança e no terceiro momento o corajoso, altivo, cheio de amor à liberdade. Assim são as sutilezas, violências, persistências do que chamamos etnocentrismo. Quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: estamos relativizando, ou seja, relativizar é ver as coisas do mundo.
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