Atualidade: a música como ferramenta de engajamento.
Atualidade: a música como ferramenta de engajamento.
Amanda Borges, no 2, 3º C
Além das melodias e arranjos, a produção musical brasileira historicamente atenta-se para as letras críticas e a estreita relação com questões políticas e sociais. A partir do fim da década de 80, porém, nota-se o surgimento de novas temáticas pouco ou não exploradas até o momento, como a questão racial e a desigualdade social, sendo, agora, explicitadas pelos protagonistas das respectivas causas. Estritamente relacionado à juventude da periferia, o rap surge de modo a questionar o “sistema” e ganha cada vez mais espaço entre a cultura pop.
O rap é um estilo musical que enfatiza a letra, a qual é quase “falada”, em tom de afrontamento e está contido no movimento Hip Hop, assim como o break (dança) e o grafitti (pintura). Nascido nos EUA em meados da década de 70, o Hip Hop chega ao Brasil logo depois e contagia jovens dentro de um contexto de contestação social. O objetivo final do Hip Hop, portanto, seria “levar a periferia para onde ela não estava”, de acordo com a educadora Regina Novaes e assim que se aproxima do Brasil, todos os segmentos do movimento assimilam traços da cultura nacional, bem como dos problemas sociais do país.
Nas décadas de 80 e 90, o rap se popularizou nas periferias, sobretudo de São Paulo onde surgiram nomes como Thaíde, Racionais MCs e MV Bill. Em suas letras, o narcotráfico, a corrupção, a violência policial, a desigualdade social e o orgulho racial são temas predominantes, vista a condição social dos rappers. O rap trabalha, portanto, exatamente com essa efervescência de ideias reprimidas pela exclusão social e pelo racismo velado, a qual é explorada nas letras com protagonismo dos excluídos, tornando ainda mais verdadeira e pertinente a reflexão nelas contida.
Com o tempo, o rap passou a ganhar notável espaço dentro da cultura pop e logo, a rima produzida pela periferia passou a ser consumida também pela classe