ASMA E SIBILÂNICA

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Fatores genéticos, exposição ambiental, mecanismos imunológicos e o desenvolvimento da sibilância e da asma na infância
1.1 Sibilância na infância

A síndrome do lactente sibilante é definida pela presença de sibilância contínua por um mês ou três episódios de chiado num período de seis meses, em crianças menores de dois anos de idade (SOLE, 2008). A sibilância é um sinal clínico inespecífico que traduz a passagem do fluxo turbulento de ar através de vias aéreas estreitas ou parcialmente obstruídas, desencadeando vibrações nas paredes brônquicas (MARTINEZ; HELMS, 1998).
Estudos epidemiológicos demonstram que pelo menos 20% das crianças menores que dois anos de idade apresentam sibilância transitória, podendo estar relacionada ao tamanho das vias aéreas, à predisposição genética, às infecções virais das vias aéreas superiores, e à exposição passiva ao tabagismo (MARTINEZ et al., 1995). Acredita-se que um terço dos que iniciaram a sibilância antes dos três anos de vida persistirão com os sintomas e, dentre estes, 60 % se manifestarão atópicos aos seis anos de idade (MARTINEZ et al., 1995). Estudo realizado em São Paulo, SP, Brasil, demonstrou que 52% de crianças com idade de trinta meses apresentaram episódios de sibilância (MALLOL et al., 2005).
Lactentes provenientes de famílias de baixo nível socioeconômico apresentam maior risco quanto à síndrome do lactente sibilante, devido à falta de saneamento e estrutura básica, ao grande número de pessoas na família e que dividem o mesmo leito, além de outras adversidades ambientais (MORGAN; MARTINEZ, 1992). Estudo com essas famílias demonstrou que 80% das crianças apresentaram episódios de sibilância no primeiro ano de vida e 43% apresentaram três ou mais crises (BACHARIER et al., 2007).
O estudo de pacientes com sibilância tem grande importância, pois a intensidade dos sintomas durante os dois primeiros anos é fortemente relacionada ao seu prognóstico (MARTINEZ, 2002b; ILLI et al., 2006). Assim, a identificação

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