As mudanças sociais da familia e o direito

A família tem papel determinante para a formação da pessoa e sua integração social. A família é o espaço indispensável para garantia de sobrevivência, de desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros, independente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, pois é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários e onde se aprofundam laços de solidariedade.
A família atual difere das formas antigas no que diz respeito a suas finalidades, composição e papel de pais e mães. Podemos ver nos dias de hoje que a escola e várias outras instituições de educação, esportes e recreação preenchem atividades dos filhos que a principio era responsabilidade dos pais. Os ofícios não são mais transmitidos de pais para filhos dentro dos lares e das corporações de ofício. A educação cabe ao estado ou a instituições privadas por ele supervisionadas.
A mudança de economia agrária à economia industrial atingiu irremediavelmente a família, esta que deixa de ser uma unidade de produção na quais todos trabalhavam sob a autoridade de um chefe. O homem passa a ir para a fábrica e a mulher lança-se para o mercado de trabalho. No século XX, o papel da mulher sofre uma grande transformação, com grandes efeitos sobre o meio familiar. Com isso, transfigura-se a convivência entre pais e filhos, estes passam a maior parte do tempo na escola e em atividades fora do lar. A longevidade maior decorrente de melhores condições de vida permite que várias gerações convivam. Os conflitos sociais gerados pela nova posição dos cônjuges, as pressões econômicas, a desatenção e o desgaste das religiões tradicionais fazem aumentar o número de divórcios. As uniões sem casamento, apesar de serem muito comuns em muitas civilizações do passado, passam a ser regularmente aceitas pela sociedade e pela legislação. Coube à ciência jurídica acompanhar legislativamente essas transformações sociais, que se