ArtigoCientifico Aquisa

939 palavras 4 páginas
Introdução
Não é difícil afirmar que antes de Gil Vicente, no século XVI, o teatro propriamente dito não era conhecido em Portugal. Gil se destacou então, nesse cenário, por organizar espetáculos palacianos. Ainda assim, através da sátira (de fundo moralista) Gil criticou todas as camadas sociais: inclusive a nobreza e o clero, bem como na peça “Auto da Barca do Inferno”.

O Teatro Vicentino E Sua Crítica A Sociedade
Gil Vicente viveu a vida palaciana e possuía bons conhecimentos de língua portuguesa, bem como castelhano, latim e de assuntos teológicos.
Valendo-se do prestígio que adquiriu na corte foi que Vicente pode satirizar, através das obras teatrais, os vícios do clero e da nobreza.
Apesar de sua profunda religiosidade, o tipo mais satirizado pelo dramaturgo é o frade que se entrega a amores proibidos, à ganância (na venda de indulgências), ao exagerado misticismo, ao mundanismo, à depravação dos costumes. Criticou desde o frade de aldeia até o alto clero dos bispos, cardeais e mesmo o papa.
Buscando inspiração em textos religiosos, o objetivo de Gil Vicente era mostrar como o homem, independente de classe social, sexo, raça ou religião, é egoísta, falso, orgulhoso, mentiroso e frágil quando se trata de satisfazer seus desejos da carne e do dinheiro.
A baixa nobreza representada pelo fidalgo decadente e pelo escudeiro é outra faixa social insistentemente criticada pelo autor.
Por outro lado, o teatro vicentino satiriza também o povo que abandona o campo em direção à cidade ou mesmo aqueles que sempre viveram na cidade, mas que, em ambos o casos, se deixam corromper pela perspectiva do lucro fácil.
Quanto aos personagens, Gil Vicente não tem a preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais. Observe que a maior parte deles não tem nome de batismo: os personagens são normalmente designados pela profissão ou pelo tipo humano que representam.
Quanto à forma, a utilização de cenários e montagens, o teatro de Gil Vicente é extremamente

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